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Qual a diferença entre Wicca, Bruxaria e Magia?

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Qual a diferença entre Wicca, Bruxaria e Magia?

Bem, Wicca se pronuncia “Witch-a” (uitcha!). É uma antiga palavra anglo-saxônica que significa torto ou deformado, originalmente. Essa é a origem da palavra bruxaria em inglês. 

Então nos anos 50, quando as bruxas começaram a sair do armário de vassouras, passaram a se denominar wiccanos, pois soava melhor que bruxos. Pois as bruxas já haviam sofrido muita perseguição. Todos pensavam que as bruxas eram senhoras velhas e feias com pele verde, verruga e coisas do gênero. Agora não mais. 

Bom, bruxaria é o que a maioria das bruxas pratica. Não digo todas porque a Wicca é uma religião, na verdade. 

A bruxaria é uma tecnologia mental e espiritual que alguns bruxos (as) usam — a maioria, ouso dizer. Mas a bruxaria é mais ou menos a mesma coisa que magia, no entanto, podemos considerar a magia um pouco mais elevada, se desejar. 

Há o que chamamos de magia-baixa e magia-alta, e a bruxaria é geralmente considerada magia-baixa. E como acontece com a Igreja da Inglaterra, na qual dizem haver uma igreja-baixa e uma igreja-alta

A igreja-alta é mais cerimonial enquanto que a igreja-baixa é mais simples, como a protestante. O mesmo pode ser considerado para a magia. 

A magia-baixa, que é a bruxaria, é bem mais simples — mais parecida com o que os antropólogos chamariam de “mágica”. 

Enquanto que a magia- alta é mais cheia de cerimônias, vestem-se mantos e possui elementos muito mais elaborados, as coisas são seguidas ao pé da letra, lê-se latim e grego, dentre outras características. Então há uma grande diferença. 

A definição técnica para magia foi feita pelo famoso mago Allister Crowley, que disse que “a magia é a arte de gerar mudanças em conformidade com determinada vontade.” Mas por ser um tanto simplista, eu acrescentaria usem qualquer interferência visível. 

Em outras palavras, eu poderia mover um lápis de um local a outro de uma mesa, o que ocasionaria uma mudança, mas não se trataria de magia. Agora se eu movesse o lápis sem tocá-lo, então seria magia.

Como você soletra magia (em inglês)?

Os magos mais sérios e cerimoniais soletram M-A-G-I-C-K (em inglês) com um K no final, mas para diferenciar da palavra mágica (magic), que no caso seria tirar um coelho da cartola.

Muitos acreditam que o poder da bruxaria é imaginário. O que você tem a dizer?

De uma certa forma estão certos. Os bruxos acreditam que a magia vem de dentro deles ou do fato de serem “um” com a terra e “um” com o céu, em uma espécie de panteísmo, como “A Força” no filme Guerra nas Estrelas. 

A verdade é que existe um poder real dentro da bruxaria, mas esse poder vem de demônios. 

Quando uma pessoa se consagra a um deus antigo dizendo “eu te servirei”, não imagina o que está por trás desse deus, pois todos eles são apenas uma máscara, atrás da qual existe um demônio — e por fim o próprio Satanás. 

Então quando alguém faz uma magia, de “coincidências” e prodígios, tudo é feito pelo poder de demônios.

Mas como sabe disso? Talvez muitos do que estejam na bruxaria digam: “Isso não é verdade!”

Permita-me dar uma ilustração. Um amigo meu, colega de ministério, estava em um programa de rádio falando sobre este mesmo assunto. Então um sumo sacerdote bruxo ligou e o desafiou com a mesma pergunta que você me fez. Ele disse: 

“Não acredito que meus poderes venham de demônios. Acredito que venham do deus-céu e da deusa-mãe.” 

E meu amigo disse: “Certo, então façamos o seguinte. Irei orar agora mesmo em nome de Jesus Cristo, a fim de que todos os demônios que dão a você poder sejam amarrados por uma semana, tempo para que perceba que isso é verdade.” 

E ele orou ali mesmo no ar e o rapaz ficou furioso e desligou o telefone. 

Alguns dias depois o mesmo homem ligou para o programa. Meu amigo não estava lá, mas o rapaz estava tão desesperado que não tinha mais para quem ligar e disse: “Não tenho mais meus poderes místicos. Foram embora desde o dia em que aquele camarada fez aquela oração”. Ele estava somente atrás de poder. Então continuou: 

“Certamente o Deus de vocês tem mais poder que o meu. Eu quero esse poder". 

Esse não deve ser o propósito para alguém se tornar cristão, mas foi um começo. 

O rapaz acabou se convertendo e era um dos mais proeminentes sumos sacerdotes bruxos da grande Seattle.

Que história!!!

Isso ilustra a questão e eu poderia lhe contar várias histórias parecidas.

Conte-nos mais uma.

Tudo bem. Esta tem uma abordagem diferente. Estou certo de que muitas pessoas sabem que os altos mestres de Kung-Fu possuem vários poderes sobrenaturais. 

Podem perfurar uma parede sem tocá-la, e até derrubá-la, e fazerem as pessoas caírem apenas dando um golpe Ke-i etc. Bem, certa vez, um colega meu de ministério estava em Wyoming quando o culto foi interrompido por um rapaz que era Mestre Showlin do último nível. 

O rapaz entrou e chamou esse meu colega, que estava no púlpito, para uma briga. Ele disse: “Você afirma adorar um Deus de grande poder. Bem, vamos ver se pode comigo”. 

Então o meu amigo orou em nome de Jesus e disse: “Você não poderá se mover até que eu permita, pelo poder do sangue de Jesus”. Então o rapaz foi lançado ao chão diante do altar, como se estivesse sendo esmagado. Foi como se a gravidade ao seu redor se tornasse como a de Júpiter. 

O rapaz foi atraído ao chão como ferro se atrai a um ímã e ficou lá, estendido, por uns 10 minutos. Então o rapaz começou a implorar para que meu amigo o deixasse se levantar. Como meu amigo era piedoso, pediu a Deus que deixasse que o rapaz se levantasse. Então o rapaz pôde se mover e se arrepender e foi salvo. Novamente isso mostra que muitas pessoas pensam que os poderes vêm de dentro delas ou do universo, mas se trata de poder demoníaco.

Obrigada por compartilhar essas histórias. Muitas pessoas acham que a bruxaria é algo raro. O que diria a respeito disso, com sua experiência?

Outra vez, diria que tem um grau de verdade. Existem muitos bruxos, mas muitos deles não sabem o que estão fazendo. 

Não possuem muito poder, estão apenas brincando. Ainda é perigoso porque deram as costas para o Deus Vivo e estão adorando a falsos deuses. Eu mesmo, como bruxo, em 16 anos de prática, fiz talvez meia dúzia de coisas extraordinárias. Muitas das vezes você faz uma magia e nada acontece — é muito comum. Mas, eventualmente, o Diabo nos faz uma concessão. Lembro-me de ter assistido há alguns anos ao filme “Um Pequeno Grande Homem”, com Dustin Hoffman. Havia um velho índio americano que deveria subir ao topo de uma montanha e fazer alguns feitiços, ou morreria. Mas a magia não funcionou. Ele desceu e disse: “Bem, algumas vezes a magia funciona, outras não.” E essa se tornou a nossa principal justificativa: “Bem, às vezes a magia funciona, às vezes não”. Não acontece dos bruxos ficarem fazendo grandes prodígios o tempo todo. E relativamente raro. Mas existem, literalmente, dezenas de milhares de bruxos nos Estados Unidos, talvez centenas de milhares. Era algo muito raro no início dos anos 60. Mas hoje, podemos ir a qualquer livraria esotérica, ou até mesmo a uma convencional, e encontrar de 25 a 30 livros ensinando alguém a se tornar bruxo.

Poderia compartilhar conosco a história do homem que foi atacado por um demônio que tentava invocar em sua garagem?

Bem, trata-se de uma magia cerimonial, um ritual de alto nível. Mas o conceito é desenhar um círculo especial no chão com giz e enxofre e vários outros elementos, dependendo do tipo de ritual. Então a pessoa fica dentro do círculo mágico e fora do círculo desenha um triângulo de manifestação no chão. Então invoca algum demônio poderoso para vir servi-lo. 

Supostamente, enquanto você permanecer dentro do círculo, o demônio não poderá machucá-lo. Essa é a “regra”. Esse rapaz estava invocando um demônio que Aleister Crowley chamava de "O Poderoso Choronzon”. Um dos mais poderosos e temidos demônios que existem. 

Ele ficou invocando esse demônio por horas e horas, com encantamentos e com detestáveis incensos impregnando o ambiente. A garagem se tornou um verdadeiro templo de cerimônias. 

E, de repente, o demônio começou a se manifestar. Era algo horrível e impossível de se descrever. Então o rapaz começou a dar ordens. Pois a idéia é dar ordens ao demônio e este obedecer, como o Gênio da Lâmpada.

O demônio apareceu como um fantasma, é isso?

Não. Era algo viscoso, cheio de tentáculos, sem forma... impossível de descrever mesmo. Com chifres ao longo da pele, cheio de tentáculos, escamoso, nada antropomórfico (que confere características humanas a animais e objetos). 

E o rapaz ficou exercendo sua força sobre o demônio, que tomava forma. O círculo mágico estava verdadeiramente incandescente, de tão poderoso. Sei que é verdade porque eu estava lá, escondido, tomando nota de tudo, pois todo ritual de magia precisa de uma pessoa para escrever tudo o que acontece. Um tipo de escrivão.

Qual era a altura do demônio?

Era da altura do teto da garagem. Eu estava sentado em um
“triângulo neutro”, então ele não podia também mexer comigo.

O demônio era sólido ou você podia ver através dele?

Era amorfo (sem forma). Quanto mais incenso se queima e mais sangue se derrama, mais o demônio toma forma usando esses elementos. Por isso são materiais básicos para toda magia cerimonial. 

Quanto mais incenso o rapaz queimava, mais facilmente podíamos ver o demônio. Por fim, quando a coisa tomava corpo, de repente, o telefone tocou. E o rapaz saiu do círculo para atender ao telefone e IMEDIATAMENTE o círculo foi quebrado. E ele DESAPARECEU, juntamente com o demônio. Como um raio de enxofre. E o estranho é que não havia nenhum telefone na garagem.

Oohh!
Esses demônios são traiçoeiros. Entrei e contei o corrido à esposa do rapaz. Ela também estava envolvida, pois era bruxa e feiticeira. Ela teve uma reação tranqüila a respeito do ocorrido. “Bem, acontece!”. 

Mas certamente ficou muito preocupada. Não se pode ligar para a polícia e dizer que um demônio seqüestrou seu marido e o levou para o abismo. 

A polícia não tem jurisdição lá. Isso ilustra que as pessoas pensam que podem se divertir dando uma de “Harry Potter”, achando que nada disso é real, mas é muito real. Não estou dizendo que acontece sempre, mas esse rapaz era um mago de alto nível e mesmo assim foi trapaceado pelo demônio.

E qual é a definição de magia cerimonial?

Bem, a magia cerimonial é a forma mais elevada de magia. Precisa se aprender rituais longos e elaborados. Fizemos um ritual chamado "A sagrada magia de Abramelin, o Mago” que custou seis meses de preparação. Todo dia tínhamos de passar por purificações e muitos dos que nos assistem já devem ter ouvido a palavra mágica “Abracadabra”.

Certamente.

Ela vem de uma adaptação de “A sagrada magia de Abramelin, o Mago”. Envolve o uso de túnica e incensos e temos de usar túnicas de certas cores e certas cores de velas, além de bastões, espadas e todo tipo de coisa. Não é algo que alguém que não tenha muito dinheiro faria. 

Envolve tanto invocação quanto evocação. Invocação é quando acreditamos que estamos chamando algo superior a nós, como um ser angelical. Essas pessoas acreditam que podem invocar anjos e dar-lhes ordens. Já a evocação é quando os magos chamam algo que é inferior ao ser humano, como um demônio, um elemento; e comandam que os sirvam. 

Aquele livro em particular que eu usava dava exemplos de todos esses talismãs (feitiços). Podia-se comprar papéis e quadros de magia com números ou letras escritos neles. Isso inclui talismãs para se encontrar tesouros, para fazer uma mulher se apaixonar por você ou para voar pelo ar. 

E para poder entrar em contato com o seu “SAG — “Sagrado Anjo Guardião”, que é o último objetivo. E o Sagrado Anjo Guardião toca esses diferentes talismãs e os enche de poder para que ele nos ajude a fazer o que queremos (encontrar tesouro, voar etc.) Passamos por tudo isso, durante meses e, então, realizamos o ritual e, apesar de termos todos esses talismãs, nada aconteceu.

Quer dizer que havia algo de errado com os Anjos Guardiões?

Não, não havia nada errado com eles. Não eram na verdade anjos, era uma abstração, pois precisa entender que as pessoas que inventaram essas coisas eram da Idade Média, era na qual a maior parte da magia cerimonial surgiu entre os anos de 1200 e 1600, e viviam com medo de serem encontrados pela Igreja Católica que na verdade podia queimá-los vivos na fogueira. Então davam uma aparência “cristã” ao que faziam.

Ohhh!

Ao ler esses livros, talvez você pensassse estar lendo algum Salmo, no qual a divindade é identificada pelo nome de Deus Yahweh, ou Elohim, ou Adonai. Então faziam as coisas parecerem sagradas e santas. Eram geralmente escritas em Latim, que era a língua sagrada. O problema é que usavam isso para mascarar que, na verdade, estavam lidando com as forças das trevas.
Algumas vezes, vemos políticos orando a Deus. Mas podem estar orando a outro “deus". Quem poderá dizer? 

Apenas o Deus Yahweh sabe o que está no coração da pessoa. Então, quando vemos um político fazendo uma oração, não sabemos se ele está orando para o Deus Verdadeiro ou não. Isso pode ser surpresa para muitos que nos assistem, mas o nome de Deus não é “Deus”. Esse não é o nome dEle, mas o nome de um antigo deus sumério da riqueza ou da boa sorte. O nome da divindade viva e verdadeira é Yahhweh, cujo filho é Jesus, Yahushua. Então se você ora nesses nomes, pode ser um cristão genuíno ou não. Só o Todo-Poderoso sabe. Não devemos julgar as pessoas, mas seus frutos. Se alguém diz: “Sou um cristão político” e faz todo tipo de coisas repreensíveis, então devemos suspeitar. Temos que ser uma espécie de “fiscais de frutos”.

Entendi. Poderia nos contar mais algumas histórias que ilustram o poder da bruxaria?

Um exemplo. Há um conjunto de leis dentre os bruxos, uma espécie de bíblia, chamado “O Livro das Sombras”. E basicamente uma das regras é a lei do retorno três vezes mais. Ou seja, se fazemos algo de bom para uma pessoa, iremos receber o mesmo bem três vez mais, assim como se fazemos algo ruim a alguém, receberemos o mesmo mal três mais. Bem, nos meus primeiros dias como bruxo, quando ainda era apenas um “bebê bruxo”, eu estava com outra garota — não havia conhecido ainda minha esposa — que era uma espécie de sacerdotisa substituta. 

E eu lhe trouxe um conjunto de ‘bigghes’, como chamamos as jóias usadas na bruxaria. É composto de um colar especial, uma coroa e coisas do tipo. São consideradas muito sagradas. 

É uma espécie de bijuteria das Jóias da Coroa na Torre de Londres, para ser exato. Porque toda líder de um coven (grupo de bruxos) é, na verdade, uma rainha, uma rainha bruxa. 

Bem, essa garota tinha uma amiga que não era uma boa pessoa e que acabou roubando as tais jóias, a fim de penhorá-las. E nem eram muito caras. Mas a garota pensou ter roubado jóias verdadeiras de uma rainha.

E, por causa da lei de retorno em três vezes, essa jovem, de apenas 19 ou 20 anos, caiu dois lances de escada, quebrou a coluna e ficou paralítica da cintura para baixo — até onde sei. 

Certamente não é algo bom. Também, em diversas ocasiões, fazíamos encantamentos para curar alguém. Certa vez, uma moça em nosso coven estava com o marido tendo... disfunções eréteis. Então fizemos um encantamento de amor e ele foi curado. 

É algo que acontece mesmo, pois é feito pelo poder dos demônios.

Qual é o lado obscuro disso tudo isso? Quero dizer, se acabam fazendo o bem, então qual seria a outra face da moeda?

Bem, o Diabo nunca dá nada sem exigir um alto preço em troca. Esse é o perigo e a questão é que essas pessoas acabam tendo muito mais fé nos deuses da Wicca e bem menos no verdadeiro Deus da Bíblia. Isso é o mais terrível. Tornam-se cada vez mais enganadas. 

Eis aqui algo engraçado. Sem citar nomes, esse camarada que tinha o problema, uma vez que o efeito funcionou, um ano e meio depois, ele estava traindo a esposa com outras.

Ohhh!

E a esposa nem suspeitava. E ele acabou se divorciando dela, uma mulher encantadora, e se casando com uma garota de uns 17 anos, 10 anos mais nova que a mulher. 

O que não é raro... uma vez que ele estava tendo uma crise de meia idade e não tinha mais 30 anos. Essa é uma ilustração interessante de como o tiro pode sair pela culatra quando se faz um feitiço para “levantar o ânimo” de alguém.

Pode nos contar outra história sobre como o poder de Jesus é maior do que esses outros poderes?

Bem, quando avancei, anos depois, acabei me envolvendo no satanismo e conheci uma pessoa que foi o maior satanista de todo o meio-oeste americano. Ele era meu professor. E algo interessante aconteceu. Uma pessoa pagou a esse satanista cerca de 500 dólares para matar sua ex-esposa. 

Em outras palavras, ele queria enlouquecer a esposa porque ela queria ficar com a guarda das crianças. Não era uma boa pessoa. Ele nos pagou essa quantia e o meu professor me pediu para ajudá-lo com a maldição. Então saímos e começamos a lançar a maldição. 

Nada funcionou. Nada. Na verdade, chegamos até a fazer o que é conhecido no vodu como "A grand voutremoni", uma das maiores e mais poderosas maldições que se pode fazer contra uma pessoa. Nada. 

A única coisa que aconteceu foi que diversas vezes as forças demoníacas que enviávamos contra essa mulher retornavam e nos atingiam. É como se elas fossem lançadas de volta e nos atingissem com coisas horríveis, como ataques de asma, ataque de epilepsia, etc. E depois descobri que esse rapaz que havia me feito o contrato era filho de um pastor e que sua ex-esposa era cristã. Certamente o rapaz não tinha nada de cristão, mas a ex-esposa era mesmo devota a Deus e estava protegida pelo Sangue de Cristo. E tudo o que lançávamos contra ela simplesmente voltava. Não importava o que fizéssemos, não funcionava. E, é claro, quando nos convertemos, muita gente fica furiosa conosco — os mórmons, os maçons, as bruxas, os satanistas, é tanta gente nos amaldiçoando que temos que manter por perto o telefone de pessoas de confiança. E, mesmo assim, 99% dessas coisas não nos pegam, pois somos protegidos. A palavra hebraica para “sangue” é “dohm”. E digo às pessoas que temos um dono.
Que maravilha!
O sangue é um campo de força ao nosso redor que nos cerca e nos protege pelo poder do Deus Vivo.
O que você pode dizer sobre “a luz”? Já que muitas pessoas acham que basta enviar um demônio ou uma coisa para “a luz” e isso resolve o problema.
Eu e minha esposa fomos ordenados médiuns e ministros espiritualistas. Lá nos ensinam: “Oh, se você vir um espírito vindo e perguntar: ‘Você vem da luz’?” Ou, como você disse, se for do mal, basta “enviá-lo para a luz”. Bem, as pessoas se esquecem de que a luz é ... neutra. Digo, o próprio nome Lúcifer significa “o que carrega luz”. Ele é chamado de “um anjo de luz” na carta de Paulo aos Coríntios. Quer possua ou seja a luz, poderia ser uma luz falsa. 

E esse é o problema. Sei que quando passei pela iniciação luciferiana — já adiantando um pouco

— foi como se uma luz intensa, capaz de cegar e queimar, entrasse em meu cérebro. Como se alguém colocasse luz concentrada derretida, uma lava derretida em minha mente. 

E aquilo me cegou, digo, mesmo com os olhos fechados a luz era muito brilhante, como uma luz incandescente de milhares de sóis. 

E essa foi a minha “Iluminação”, mas com a luz de Lúcifer. Então eu tinha a luz que todos desejam. Senti como se meu cérebro tivesse ficado exposto ao sol quando terminamos, mas não sabia de nada. 

Estava em trevas espirituais. Às vezes, a ilusão de luz é a mais profunda das trevas. E mais eficaz confrontar um espírito maligno no nome de Jesus Cristo e ordená-lo a obedecer e perguntar: “Você serve ao Deus Vivo, Yahweh Elohim, o Rei do Universo?” E, claro, eles têm que dizer: 

“Não sirvo.” E então basta mandá-los embora.

Existe amor dentro da bruxaria?

Bem, sim. Existe um velho ditado de que diz que os bruxos não amam e não choram. Mas não é bem a verdade. Os bruxos são pessoas normais. São tão normais quanto os Metodistas, os Batistas, os Hare Krishnas e os Budistas. Eles são capazes de amar, mas não necessariamente são capazes de ter o amor ágape desprovido de egoísmo que os cristãos devem ter, mas são sim capazes de amar. 

Quero dizer, amo minha esposa profundamente. E a amo zilhões de vezes mais hoje. Conheci pessoas que amam muito, mas uma coisa digo a você: A Wicca leva o casamento muito a sério. Realizamos alguns poucos “apertos de mãos”, que é como chamamos um casamento bruxo. 

E tivemos muitas pessoas que eram casadas até mesmo antes de terem entrado para os nossos covens. Mas nenhum desses casamentos sobreviveu, a não ser o nosso. Todos os outros casamentos acabam em divórcio. O que é muito mais alto que a média nacional.

Você fez um comentário em um dos seus livros que diz que as pessoas vão para a Wicca porque estão cansadas das religiões organizadas. A Wicca tem algum dos problemas das religiões convencionais?

Claro que sim porque onde tem pessoas, tem problemas. É como a velha piada: “Estou procurando a igreja perfeita, e se seu a encontrar e fizer parte dela, não seria mais perfeita porque eu estaria nela.” 

Não existe igreja perfeita. Mas a diferença é que a Wicca só se tornou algo organizado há menos de um século. Então não tiveram tanto tempo nem poder para bagunçarem tudo, como fez a igreja cristã ao longo dos séculos. Mas sim, havia vingança, disputas, adultério, coisas do tipo. 

Na verdade, houve um rapaz que tentou atirar em outro homem do grupo porque ele estava tendo um caso com sua esposa. 

Quero dizer, todos têm os mesmos problemas. Só que era em uma escala menor porque um coven só pode ter 13 membros. Pode se ter uma igreja com 500 pessoas, mas não covens com 500 pessoas. 

Mas mesmo em uma dimensão microscópica, sempre existe bate-boca, revide, traição e todos os mesmos problemas. É por isso que muitos bruxos preferem ser solitários. 

O que significa que somente praticam a justiça deles mesmos. É mais fácil, pois é como ter uma igreja de uma pessoa só. E obviamente andam sozinhos e fazem o que querem. Mas isso não resolve o problema, pois a pessoa ainda continua perdida. Continua a caminho do Inferno.

Qual é a história da Wicca? Pois imagino que muitas pessoas pensam que se trata de uma religião antiga.

É assim que ela é vendida. Eles a chamam de “ill vecchio religione”

— a velha religião. Mas, na verdade, até mesmo as bruxas que levam a sério sua formação admitirão que não havia coisas como “o culto das bruxas”, que hoje é descrito, antes do início do século 20. 

Na verdade, muitas delas irão agora dizer que provavelmente Gerald Gardner, um aposentado inglês do serviço civil, basicamente inventou a bruxaria nos anos 50. Na Inglaterra, até 1951, era um crime confessar que você era bruxo. Era considerado uma arte falsa. 

E eles mudaram as leias e a denominaram de “atos mediúnicos fraudulentos” Então pela primeira vez na história da Inglaterra se tornou legal alguém se declarar bruxo. 

E dois anos depois disso surge Gerald Gardner com seu livro “Auxílio à Alta Magia”, uma ficção sobre um conven de bruxos na região de New Forest, na Inglaterra. Esse foi o início do culto das bruxas moderno. 

E a maioria dos bruxos sérios dirá que não consegue ver qualquer relação... Sim, havia bruxas antes dos anos de 1900, mas não eram o tipo de bruxas que essas pessoas queriam ser. Elas basicamente lançavam feitiços e amaldiçoavam pessoas e faziam todo tipo de coisas esquisitas, ou eram herbalistas (curavam com plantas) 

O que, devo dizer, não há nada em errado em ser um herbalista. Mas essas eram mulheres velhas e estranham que viviam nas florestas e colhiam ervas e coisas do tipo. Então, apesar das Relações Públicas ditar que a bruxaria é algo muito antigo, deve-se ao fato de se basear em alguns poucos conceitos antigos, mas não há qualquer linhagem direta, como a Igreja Católica afirma ser a sucessão desde o “Papa Pedro”, não existe algo desse tipo na Wicca.

A Wicca é basicamente uma religião fabricada. Criada no contexto dos anos 30 e 40.

Ela tem alguma relação com o druidismo?

Bem, sim, porque... apesar de ser algo muito sutil, pois poucas pessoas sabem o que os druidas realmente faziam. 

Eles não tinham escrita. Essa era uma das coisas estranhas e fantásticas a respeito dos druidas. Eles memorizavam tudo. Nada era escrito. E por isso, não há nenhum registro real, a não ser o senso comum das coisas em que os druidas acreditavam.

E eles não acreditavam em uma série de coisas que os bruxos acreditam. Por exemplo, os druidas não acreditavam em reencarnação, criam na imortalidade da alma, mas não na reencarnação. 

E a maioria dos bruxos já acredita na reencarnação. Eles acreditavam em uma trindade e não criam em uma deusa. O que surpreende muitas pessoas. Então, na verdade, enquanto muitos bruxos declaram: “Somos descendentes dos druidas", e uma série de coisas, na verdade, não são. Assim como nos últimos 20 ou 30 anos eles surgiram com um monte de coisas que nunca descobriram, como enterro nos montes. 

E não há muita evidência de que os druidas tenham tido qualquer tipo de figura divina matriarcal, a não ser no senso mais rudimentar.

Muitas pessoas na Wicca e no ocultismo moderno acham que é bom abraçar o seu lado negro. Você acha que isso é algo bom ou ruim?

Não acho que seja algo bom porque a Bíblia nos diz que todos temos um lado negro, uma natureza pecadora. Mas o problema é que não queremos deixar que ela predomine. Pedimos ao Senhor que venha e modifique isso com o poder do Seu amor. 

Vou dizer o problema nisso tudo. Remete-nos a Cari Jung, um psicólogo proeminente, provavelmente o segundo psicólogo mais influente do século 20, depois de Freud. 

Ele tinha esse conceito de inconsciente coletivo, de que todos nós temos, como ele chamava, um lado “sombra” dentro de nós, que é essa parte obscura, suja e maligna que não gostamos de admitir. 

E Jung ensinava que, a fim de nos tornamos individualizados, uma pessoa plena, seria necessário abraçarmos esse lado negro. E isso não é bom. Veja o que aconteceu com Darth Vader no filme “Guerra nas Estrelas”. Não queremos abraçar algo que seja mal. 

Quero dizer, todas as partes de nós que não são boas, não queremos reconhecer. O que precisamos fazer é entregá-las ao Todo-Poderoso e dizer: “Transforme essas coisas pelo poder do amor do Espírito Santo”. Não abraçá-la e dizer: “Tudo bem se quero nutrir meu desejo interior de molestar crianças, de cometer homicídio em massa ou de me tornar um serial killer”. Não. Ninguém quer fazer isso. 

O que queremos é nos arrepender. Estarmos com as contas acertadas com o Todo-Poderoso.

Pela sua experiência, se alguém acha que lhe estão lançando feitiços nocivos, o que deve fazer?

Bem, se a pessoa não for cristã, precisa passar pelo novo nascimento. Recebemos cartas com essa pergunta todos os dias, porque todo mundo sabe que sou um ex-bruxo. E, essencialmente, eu digo às pessoas: “Bem, antes de mais nada, certifique-se de que está andando intimamente com o Deus Yahweh. Certifique-se de que não está em qualquer tipo de pecado. Porque se somos cristãos fiéis, estamos sob o Sangue e nada nos toca.” 

A não ser se estivemos em uma situação específica, como a de Jó, na qual Deus disse ao Diabo: “Tudo bem, faça o que quer, mas para a minha glória”. Mas isso não é o padrão. Então digo a essas pessoas que, antes de mais nada, coloque sua casa em ordem. 

Depois, se coisas estiveram arrumadas, precisam fazer orações de guerra agressivas e se certificarem de colocar toda a armadura de Deus de acordo com o capítulo 6 de Efésios. Precisam orar por sua terra, por sua casa, consagrando elas mesmas, suas famílias e seus filhos ao serviço de Deus e isso, em geral, ajuda a lançar fora todo mal. Essa é a Regra